Observações médicas e meteorológicas, do ano de 1800, n.º 11.

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Observações médicas e meteorológicas, do ano de 1800, n.º 11.

Detalhes do registo

Nível de descrição

Unidade de instalação   Unidade de instalação

Código de referência

PT/AHALM/CMALM/P-D/001/0009

Tipo de título

Formal

Título

Observações médicas e meteorológicas, do ano de 1800, n.º 11.

Datas de produção

1800-01-01  a  1801 

Dimensão e suporte

1 liv. (8 f.: 8 f. ms. não num., 345 x 223 x 2 mm); papel.

Extensões

1 Livro

Âmbito e conteúdo

No diário médico do ano de 1800, o médico Dr. José Joaquim Alvares, inicia a sua exposição, relatando algumas situações clínicas, entre as quais, destaca a de: Maria Inácia. Foi chamado a assisti-la, no dia 18 de janeiro. Moradora em Cacilhas, 14 anos, de idade, temperamento delicado, magra, pescoço comprido. Há 2 meses que estava doente, tendo iniciado a sua doença com uma constipação, tendo desprezado, no início. Surgiu-lhe o ajuntamento de vício de primeiras vias que lhe causou vómitos e dores por todo o corpo. Obrigou-a a chamar o cirurgião. Este receitou um vomitório, algum purgante e cozimentos, que continuou por muito tempo, sem, contudo, melhorar. Durante algum tempo, não tomou nenhum remédio, até que surgiu o aumento de febre, dor de cabeça e por todo o corpo, o que fez com que fosse necessário chamar o médico. Os sintomas eram: o pulso frequente e pequeno, à tarde, a febre aumentava, dor no peito constante, com tosse e expetoração de matéria purulenta, o ventre constrido (conceito: constrangido, apertado) e tardo (conceito: lento, retardado), muita magreza e debilidade. Atendendo aos sintomas verificados à diuturnidade da moléstia, pensou que se tratava de uma febre contínua, remitente, e que seria difícil o êxito desta; porém, como a expetoração não era verdadeiramente purulenta e faltavam outros sintomas que poderia caraterizar por incurável. Assim, receitou cozimento das species peitorais com quina, uso de clisteres laxantes e deveria colocar um vesicatório no peito. O uso destes remédios por 8 dias fizeram com que os escarros com mais abundância, fossem mais sintáticos, a dor no peito e a tosse diminuíram um pouco. Sobreveio o tempo da menstruação e aqui não usou nenhum remédio.Apesar de continuarem a diminuir os sintomas funestos, aos 15 dias de tratamento, a febre tinha remitências perfeitas, a tosse era muito menor, a expetoração quase natural; contudo, havia muita debilidade. Neste sentido, utilizou alimentos de muita nutrição, entre os quais, leites, saleas [?] e carnes tenras, não deixando de utilizar os remédios peitorais e tónicos. As melhoras foram progredindo, até que, no dia 27 de fevereiro deixou de visitar a doente, por não ser necessário.[Im. 3021_0005, 3021_0006 e 3021_0007]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4952&FileID=75163><http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4952&FileID=75165><http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4952&FileID=75166>Comunica que, durante os meses de junho e seguintes, na vila e arredores (Mutela, Caramujo, Piedade e Pragal), houve uma grande epidemia de febres intermitentes de todas as espécies […], querendo examinar a causa legítima da mesma; porém, não conseguiu compreender nem ter o conhecimento exato da causa. Constata que, durante esse tempo e por aqueles locais consumiram alguns alimentos estragados, dando o exemplo de: bacalhau e feijão, acrescentando que, algumas pessoas não comeram daqueles alimentos. Observa que, durante o verão não existiram águas estagnadas e afirma que, com o mesmo tempo atmosférico e com uma distância de cem passos, entre vários sítios, não consegue explicar a razão porque em determinados locais aconteceu a epidemia e noutros, não houve nenhum doente com semelhante moléstia. Compreende que, em pequenas povoações surgiram mais de 300 doentes de febres daquela ordem; porém, com tanta felicidade, que todos se curaram através do mesmo método e muito simples. Iniciou o tratamento com eméticos, de acordo com os sintomas e a debilidade do indivíduo; tártaro emético ou de epicacuanha mas uma só vez, ou duas até três; em caso de grande turgência de bílis: passar a tomar um electuário feito de três onças de quina, uma oitava de sal amoníaco, duas oitavas de sal de losna, um seropulo de ruibarbo e nove onças de xarope de Macela. Este electuário terá sido dado 4 vezes ao dia, na dose de meia onça, de cada vez, fez efeitos imediatos, que foi quase certo ser suficiente uma só das receitas, para se desvanecerem as febres intermitentes, e quando não sucedia deste modo, o motivo seria por desordem do doente. Entre tantas doenças, não houve nenhuma digna de se descrever circunstancialmente, dado que todas elas seguiam a ordem vulgar de todas as moléstias. Algumas apresentavam-se com maior aparato e sintomas mais críticos; porém, aconteciam dado a complicações existentes, algumas devido a gravidezes, outras devido a vícios venéreos, escorbúticos ou outros quaisquer. Afirma que faleceram dois doentes, dá o exemplo de: António Joaquim Vergasta, assistente, na rua da Oliveira, 40 anos, de idade, muito debochado em todo o género de vício […]. Aconselhado por particulares, tendo, por fim, tomado duas onças de aguardente com sumo de limão e pimenta pisada. Depois de tomar isto, foi-se deitar ao sol. Segundo o médico, foi tal a sessão, que a doença durou 38 horas, tendo terminado com a vida do doente.[Im. 3021_0010, 3021_0011, 3021_0012 e 3021_0013]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4952&FileID=75171><http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4952&FileID=75173>http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4952&FileID=75174<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4952&FileID=75176>Finaliza, realizando uma tabela, na qual observa a meteorologia, relacionando as graduações maiores, médias e menores, juntamente com os ventos e tempos mais gerais, tendo em conta, os instrumentos: barómetro e termómetro, entre os meses de janeiro a dezembro de 1800. [Im. 3021_0017]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4952&FileID=75182>Médico: José Joaquim Alvares.

Cota descritiva

3021.

Idioma e escrita

Português.