Observações médicas do ano de 1797, n.º 8.

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Observações médicas do ano de 1797, n.º 8.

Detalhes do registo

Nível de descrição

Unidade de instalação   Unidade de instalação

Código de referência

PT/AHALM/CMALM/P-D/001/0006

Tipo de título

Formal

Título

Observações médicas do ano de 1797, n.º 8.

Datas de produção

1797-01-01  a  1798 

Dimensão e suporte

1 liv. (13 f.: 11 f. ms. não num. + 2 f. branco não num., 340 x 220 x 3 mm); papel.

Extensões

1 Livro

Âmbito e conteúdo

O médico José Joaquim Alvares afirma, que as observações médicas de 1797, deveriam ter sido apresentadas, em diário, à Câmara, no final de março do ano seguinte, mas nesse ano não aconteceu, porque o próprio adoeceu devido a uma febre biliosa que, por causa da mesma, esteve às portas da morte, tendo recuperado perfeitamente, em maio. Justifica ainda, dizendo que, numa casa, onde existe uma doença grave, há desgosto, desordem e liberdade, para abrir gavetas, tirar, rasgar e queimar papeis, sem verificar se os mesmos têm interesse e, por essa razão, tendo os apontamentos necessários, para escrever o diário, em diferentes papeis numa determinada gaveta, e após o período de convalescença, quando foi à procura dos referidos documentos, não os encontrou…a desculpa apresentada: os papeis tinham sido queimados pois todos julgavam que o médico não iria escapar à doença e, portanto, os papeis mencionados, não iriam servir, para cumprir as referidas obrigações. [Im. 3018_0007 e Im. 3018_0008]Disponível em:http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4949&FileID=74846http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4949&FileID=74847Pela razão atrás referida, é obrigado a descrever algumas moléstias que se vai lembrando. Assim, num intervalo (pouco mais ou menos) de um ano, assistiu a Maria Pinta, de 70 anos, de idade, moradora em Vila Nova, bastante obesa, temperamento melancólico, foi tratada por alguns cirurgiões, no espaço de três meses, porque sofria de umas [?], em cujo período de tempo tomou algum vomitório de tártaro emético, purgantes, quina em pó e outros remédios que julgavam apropriados.Relata que, após observação, considerou as referidas [?], pelos sintomas apresentados, receitou epicacuanha, em pequenas doses, como o melhor evacuante nas febres intermitentes, mistura salina composta, no espaço de 24 horas, tendo evacuado com a toma destes remédios uma grande quantidade de bílis porrácea, superior, e inferiormente, pelos quais, os acessos melhoraram, não na quantidade, mas na qualidade.Repetiu o uso da epicacuanha, com o que evacuou, depois de ter usado a água de Inglaterra, em pequenas doses, tendo-se restabelecido, com muita brevidade. [Im. 3018_0009 e Im. 3018_0010]Disponível em:http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4949&FileID=74849http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewerre?id=4949&FileID=74851Paulo José do Cabo, 28 anos, de idade, robusto, esteve doente, com uma febre intermitente. Tinha uma febre ardente, pulso muito duro e cheio, face vermelha, olhos salientes, com uma dor muito grande de cabeça e algum delírio, bastante sanguíneo. Pelos sintomas apresentados, determinou manda-lo sangrar. No dia seguinte, repetiu a sangria, e como o acesso naquele dia foi maior, tomou à tarde e à noite, uma libra de água de Inglaterra, afim de diminuir os acessos, enquanto não evacuava. No dia seguinte, tomou um seropulo de epicacuanha, por 3 vezes, mas não o fez evacuar; no quarto dia, tomou 4 grãos de tártaro emético, o que não o fez vomitar. Tudo isto fê-lo pensar: ou o remédio não tinha a virtude devida, ou não era bem administrado, ou finalmente, seria efeito da idiossincrasia (conceito: predisposição particular de um organismo, para reagir de maneira individual a um estímulo ou agente externo) do doente.De forma a averiguar esta dúvida, prescreveu tártaro emético, que foi o próprio a administrar e depois de alguns resultados, concluiu que era efeito da natureza do doente e não do remédio. [Im. 3018_0012, 3018_0013, 3018_0014 e 3018_0015]Disponível em:http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4949&FileID=74854http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4949&FileID=74856http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4949&FileID=74858http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4949&FileID=74859Foi chamado para observar o Dr. Brotero, em casa da Condessa de Caparica. Tratou-o de uma angina inflamatória, a qual se tinha exacerbado mais, porque usou de um banho de vapores estimulantes, com o fim de resolver espasmos. Não podia falar, respirava com muita dificuldade. Foi sangrado e colocou um visicatório na nuca que teria que chegar aos lados da laringe. Não apresentou melhoras sensíveis. Sujeitou-se ao cáustico: primeiro, foi feita uma fricção com a tintura de cantaridas; segundo, colocou-se-lhe a massa cáustica.Face aos remédios dados, o doente sossegou, uma vez que falava claramente e respirava muito melhor. Passou a usar de uns cozimentos de cevada com vinagre, com o que se restabeleceu, em menos de 24 horas. [Im. 3018_0017 e Im. 3018_0018]Disponível em:http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4949&FileID=74862http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4949&FileID=74864Termina afirmando, que as observações meteorológicas não as conseguiu mencionar, pois faz parte de um dos papeis perdidos, na sequência da sua moléstia. [Im. 3018_0025]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4949&FileID=74876>Médico: José Joaquim Alvares.

Cota descritiva

3018.

Idioma e escrita

Português.