Observações médicas e meteorológicas de 1792, n.º 6.

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Observações médicas e meteorológicas de 1792, n.º 6.

Detalhes do registo

Nível de descrição

Unidade de instalação   Unidade de instalação

Código de referência

PT/AHALM/CMALM/P-D/001/0004

Tipo de título

Formal

Título

Observações médicas e meteorológicas de 1792, n.º 6.

Datas de produção

1792-01-01  a  1793 

Dimensão e suporte

1 liv. (22 f.: 18 f. ms. num. + 2 ms. não num. + 2 f. branco não num., 340 x 225 x 6 mm); papel.

Extensões

1 Livro

Âmbito e conteúdo

De acordo com a tábua, no primeiro documento, foram realizadas observações do termómetro e barómetro, com as suas graduações, maior, médicas e menor, em cada um dos meses do ano de 1792, como também as maiores graduações dos ventos que existiram naquele ano. [Im. 3016_0007]Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74543>Inicia uma pequena introdução, falando no mal epidémico que teve o seu princípio, em março, até ao dia presente, em que o médico Gaspar Chaves escreve este texto. Valoriza o amor que se deve ter, nos nossos corações, obrigando a fazer o trabalho, com mais cuidado e exatidão, destacando aqueles que vivem na Pátria. Destaca os valores de obrigação e reconhecimento, os quais estão ligados à família, com quem se tem uma estreita relação. Refere o amor e sentimento que a vila tem por ele, embora seja obrigado por Sua Majestade mas o próprio trabalharia igualmente pois paga o benefício, com a forma como o tratam. Enumera algumas doenças, como sejam, esporádicas, designadamente, as bexigas, sarampo, febres intermitentes, de fluxos, e estes, a grande parte são catarrais, acompanhado de outros sintomas, como sejam, as faces vermelhas, língua inflamada e dificuldade em respirar. [Im. 3016_0011]Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74547>Foram prescritas as indicações exatas durante 3 meses, ainda que os fenómenos que surgiram, não provocaram nenhum mal, uma vez que todos ficaram curados. Os referidos sintomas foram reduzidos com: expetorais catarrais, sangria em pessoas que tinham febres frequentes e debilidade de fibra. Quem sofria de bexigas, havia mais febre. Nestes doentes, dava remédios estimulantes e outros remédios que poderiam colocar a natureza em movimento. Estes últimos medicamentos eram dados a pessoas de fibra fraca e frouxa.Nos meses de janeiro a março, segundo o médico, existiram doenças esporádicas e relata algumas histórias ou situações clínicas de várias pessoas. Refere um homem morador, na Trafaria, 36 anos, de idade, temperamento bilioso, muito dado à bebida de aguardente e no mês de janeiro, ficou imobilizado, ficando sem nenhum movimento, língua seca, secura, febre ardentíssima, pulsação de 70 por minuto, falta de apetite e ventre húmido. Prescreveu: clisteres, laxantes, juntando-lhe mel, para ter vontade de evacuação; enquanto a bebida água de frango com sementes frias, maiores, foram-lhe abrandando todos os sintomas, à exceção das dores que incomodavam, e para acalmar as mesmas, deu-lhe pós [?], por causa de lhe provocar transpiração, que se quer em semelhante caso. Ainda bebeu um composto de polpa de caja, dado que sofria de uma irritação de fibra e, de acordo, com o médico este doente fez história. [Im. 3016_0012]Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74548>Continuando com o mesmo método, fazendo uso dos pós sudorificante [?], que era uma bebida salina. Toda a quantidade de remédio causou o restabelecimento, quer pela via do suor, quer pela via inferior. Deste modo, o êxito foi perfeito, como sucedeu. [Im. 3016_0013]Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74549>Menciona que não há dúvida, que o carácter crítico da maior parte do fluxo hemorroidal, dá a entender que está exclusa a causa de que se juntam tantos fenómenos; é o facto de haver uma ideia da evolução que o sangue tem no círculo, percorrendo os vasos capilares, independente de tudo isto da ação do coração e artérias. [Im. 3016_0014]Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74550>Em abril, as febres que apareceram tinham o mesmo carácter, sendo quase todas contagiosas. Dá a entender que se trata de epidemia, mas considerando que o referido mal, sendo epidémico, ataca o rico e o pobre […]. [Im. 3016_0017]Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74553>Dos sintomas que acompanhavam normalmente as febres, salienta: angústias, ânsias, língua fusca, abatimento (este, como se já estivessem doentes há muito tempo), suores frios. Noutros doentes: vómitos secos com dor fortíssima, entre outros. [Im. 3016_0018] Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74554>Importa referir que a pouca limpeza, na vila, a imundície que se juntam, a quantidade de porcos que andam por aí, fazem respirar um ar fétido insuportável, que faz mal, tanto ao que passa, como aquele que tem a infelicidade de existir em semelhantes lugares. Afirma que é do conhecimento geral que, os alimentos de má qualidade é causa de discrasia que dá na massa sanguínea, os malignos e heterogéneos humores [?] que se introduzem nos vasos, de que somos compostos, que perturbação e desordem não causa; há alguns doentes que vomitam cólera verde, dando mais aparência de uma cólica que uma febre contagiosa que foi o que sucedeu. [Im. 3016_0019]Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74555>A família de José da Costa foi atacada de febre maligna complicada, acompanhada de lombrigas de formidável grandeza [Im. 3016_0020]Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74556>Um dos seus filhos, necessitou de cirurgia, tendo estado no Hospital de São José, queixava-se de dor de cabeça, sede insuportável, olhos inchados, indicando delírio, ansiedade fortíssima, prostrado e abatido de forças. Colocou em praxe a sangria alta. Como tinha febre, acompanhada de convulsões, prescreveu limonada, juntando-lhe nitro, afim de lhe facilitar a urina, que de algum modo estava suspensa […]. Como prescrição: remédio de Le Conte, remédio muito experimentado em semelhantes casos. [Im. 3016_0021] Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74557>A idade e o bom tratamento fez com que o restabelecimento se fizesse, tendo ficado num estado perfeito, gozando de saúde. [Im. 3016_0022]Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74558>Não é importante recomendar as sangrias que existirão nesta vila e arredores, vendo que as doenças são mais procedidas de podridão do que de inflamação, motivo, pelo qual, é mais útil e muito necessário o purgante e este repartido, de acordo com os sintomas que aparecem, e para que as forças do doente não diminuem, sendo os acessos de febre muito violentos, será mais que necessário usar, como referido anteriormente, noutras observações, o antefebril de Hoxh [?] […].Põe em prática os sanapismos e os cáusticos, não só para as febres podres mas ainda nas inflamatórias […]. [Im. 3016_0023 e 3016_0024]Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74559> <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74560>Cita Baglivio, que observava gangrenismos pelos visicatórios (medicamento externo que faz levantar bolhas na pele; caustico) que aplicava numa das epidemias que observou e tratou, dando a entender a muita cautela que deve haver ao aplicar os mesmos, principalmente, havendo convulsão e delírio. [Im. 3016_0026] Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74562>Numa palavra, em toda a doença em que não há crise, e pressentindo quase todos os sintomas, deve-se aplicar visicatórios, ou seja, por atração, à evolução que faça o seu efeito.Exemplifica a situação clínica de uma das filhas de Manuel de Oliveira, moradores, na Calçada de Cacilhas, criatura de 25 anos, de idade, temperamento fleumático, no ano de 1786, a sofrer de uma ascite, com muitas queixas, atacada de uma febre contínua, faces vermelhas, pulsação de 80 por minuto. Atendendo a estes sintomas e o facto de estar atacada do mal ascético, prescreveu tisana diurética e purgante. No segundo dia, evacuou água escura abundante; no terceiro dia, fez uso de tisana amarga e salina, aplicando também, para que esta bebida fizesse mais efeito. Faria moderar a febre, como os acessos, do sétimo para o oitavo dia, sonolência. Prescreveu: caustico. [Im. 3016_0028 e 3016_0029]Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74564><http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74565>Nos meses de outubro, novembro e dezembro continuaram as febres contagiosas e sempre na freguesia do Castelo, nomeadamente aquela que fez história, e sucedeu, na rua da Oliveira, sítio de Cacilhas: Frutuoso, barqueiro, 36 anos, de idade, temperamento sanguíneo, fibra seca, vivacidade forte, foi atacado de febre inflamatória, língua seca e áspera, vista perturbada, ventre constipado. Prescreveu: sangria e a limonada é proibida. Atendendo à dureza do ventre, deu-lhe clister laxante. Causou diarreia que provocou fraqueza mas alívio total nos sintomas que sofria, e a seguir deu-lhe geleia e caldo. Restabeleceu-se com pouco custo e o seu estado perfeito, gozando de perfeita saúde. [Im. 3016_0039 e 3016_0040]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74575><http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74576>Os medicamentos que prescreveu e praticou nos seus doentes, tiveram a relação entre tempo e as doenças que surgiram, no presente ano. Entre aqueles salienta a sangria, laxante, catárticos, vomitórios, visicatórios, entre outros. Durante esse ano, o tempo era variável, havendo calor excessivo, vento sobre a tarde que suspende totalmente a transpiração que é absolutamente necessária, para a conservação do nosso estado. [Im. 3016_0044]Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74580>Conclui que as mudanças de estação perturba o equilíbrio do sólido e fluído constitutivo da saúde. [Im. 3016_0045 e 3016_0046]Disponível em: <http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74581>http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4947&FileID=74582Médico: Gaspar Lopes Henriques de Chaves.

Cota descritiva

3016.

Idioma e escrita

Português.