Observações meteorológicas, do ano de 1789, n.º 5.

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Observações meteorológicas, do ano de 1789, n.º 5.

Detalhes do registo

Nível de descrição

Unidade de instalação   Unidade de instalação

Código de referência

PT/AHALM/CMALM/P-D/001/0003

Tipo de título

Formal

Título

Observações meteorológicas, do ano de 1789, n.º 5.

Datas de produção

1789-01-01  a  1790 

Dimensão e suporte

1 liv. (32 f.: 22 f. ms. num. + 6 ms. não num. + 4 f. branco não num., 344 x 225 x 9 mm); papel.

Extensões

1 Livro

Âmbito e conteúdo

O médico Gaspar Lopes Henriques de Chaves realiza uma análise diária e mensal, para o ano de 1789. Efetua o registo dos dias, tendo em conta, a lua, o vento, o termómetro, o barómetro e o estado do céu. Em cada mês, menciona o dia mais frio e o dia mais quente. [Im. 3015_0007 e 3015_0008]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74479><http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74480>Conclui que, em 1789, foi um ano quase sempre fresco, acrescentando que o dia de temperatura mais baixa foi o dia 14 de janeiro, e o dia mais quente terá sido, o dia 4 de julho, referindo ainda a direção do vento. [Im. 3015_0013]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74485>Explica qual deverá ser o verdadeiro método curativo, para tratar os doentes, de acordo com as circunstâncias que estarão “neste tempo ou noutro tempo”, afim de os mesmos estarem restabelecidos, dado que, por vezes, encontram-se em sítios onde lhes faltam forças, referindo que os alimentos podem ser de inferior qualidade. Segundo o médico, o magistrado deverá visitar e fazer examinar os víveres que se encontram à venda. Menciona a construção das casas, designando, como principal inimigo do ser humano, a humidade. Pede a construção de um canal, de forma a que haja evacuação do que é mais nocivo, quer aos que estão presos, quer aos que respiram ar livre. [Im. 3015_0017 e 3015_0018]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74489><http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74490>Preocupa-se com a falta de uma cadeia e de um hospital, em Almada, afirmando que os arquitetos raramente se ocupam desse tipo de construções. Na opinião do médico, deverão afastar a vaidade e substituir aquela, por empregar o tempo, em construir o que é tão necessário, pois as doenças aumentam. Na sequência do aumento de patologias, observa os habitantes macilentos, pálidos, lacónicos, por causa de vários fatores, enumerando, por exemplo, a idade e a constituição das pessoas.Cita Santório, afirmando que o ar e o vento são variáveis. O povo e a humanidade exigem que deverão apressar a construção de um canal, de forma a diminuir o aparecimento de doenças a que estão sujeitos. Acrescenta que, os últimos meses observados (janeiro, fevereiro e março) foram, na grande maioria, de chuva e névoas. Motivo, pelo qual, só tiveram constipações e alguma febre inflamatória. [Im. 3015_0019]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74491>Relata a situação clínica de Rita, 45 anos, de idade, temperamento sanguíneo, fibra forte, dada ao trabalho, em janeiro apareceu com febre e aflição de peito, tosse convulsiva e seca, dificuldade em respirar e dor insuportável de cabeça. Ordenou que lhe dessem a beber cozimento peitoral, que facilitaria a saída de expetoração, diminuiu a expetoração, provocando suor pelo kermes que lhe juntou; a febre diminuiu…do 16.º ao 17.º dia desapareceram todos os sintomas que caraterizavam a doença. Afirma que o médico deve saber distinguir os movimentos salutares, que a natureza procura combater o mal, que tanto persegue o ser humano e, assim, através deste meio alcançar a convalescença, sem temer recaída. Neste sentido, o médico deve ordenar ao doente, que esteja sóbrio, comer pouco, comer frutos maduros e bem sazonados. Não é comida que sustenta mas o que se digere, o sujeito que come muito, faz peso no estômago, e fica cansado de suportar o mal. Afirma ainda que, para que, uma recaída não aconteça, será útil o médico receitar a tintura de quina, como tónico, afim de adquirir um perfeito equilíbrio, em que consiste a saúde, de que goza o doente, que está a tratar no momento presente. [Im. 3015_0020]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74492>Outro quadro clínico é o de José Fernandes, lavrador, 60 anos, de idade, temperamento sanguíneo, fibra frouxa, febres altas (em 1786, 1787 e 1788 teve semelhante observação), diarreia, com dor fortíssima, língua saborrenta, febre ardentíssima, sede insuportável, flatulência excessiva, estômago débil, digestão difícil. Prescreveu água, clister de leite serrado [?], óleo de amêndoas doces, para acalmar a grande irritação. Ao 3.º dia a febre baixou. As dores abrandaram. Ao 6.º dia o suor que tinha, desapareceu. Administrou-lhe o cozimento branco, adoçado com xarope de alteia, pois havia ardor na urina. Do 10.º para o 11.º dia começou a ter apetite; satisfazia-se pouco a pouco, pois comia frango assado e a sua gota de vinho. Restabeleceu-se, por este método, em poucos dias, e goza de perfeita saúde. Preventivamente e para não reincidir, quase todos os dias, toma uma colher de infusão de quina em vinho branco, remédio que lhe dá força e forma as fibras do estômago e, por isso, sente pouca ou nenhuma flatulência. [Im. 3015_0025 e 3015_0026]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74497><http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74498>Nos meses de abril, maio e junho, o tempo está inconstante: nublado, chuvoso ou claro. Os campos estão, sem aquele ornamento, de que se veste a primavera. Os frutos são poucos e estes dados à podridão, antes de estarem maduros, faltando a terra. [Im. 3015_0031 e 3015_0032]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74503><http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74504>Critica o povo, pelo facto do mesmo chamar o primeiro cirurgião que lhe aparece, entregando, nas suas mãos, os seus filhos e filhas, mas ignoram a veracidade dos sintomas que se descobrem, ignoram os diferentes estados de doença, guiados por uma praxe, sem discernimento algum; se não fosse a sábia natureza, as vítimas seriam em maior quantidade, feitas pelos mesmos sujeitos que se entregam a esta arte médica cirúrgica. [Im. 3015_0033 e 3015_0034]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74505><http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74506>Muitos de pequena idade foram atacados de cólica biliosa, procedida de alimentos de má qualidade. Prescreveu: sangria em situações de existência de febre, ministrando, para beber limonada. A estes que bebiam limonada, a sede terminava e restabeleciam-se em pouco tempo, com exceção, de um menino de 12 anos, atacado de lombrigas, tendo indigestão, e por o menino se encontrar denegrido por todo o corpo, e não querendo dar os remédios que se lhe ofereciam, ao fim de 8 dias morreu. [Im. 3015_0052]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74524>Outubro, novembro e dezembro com tempo fresco, agradável. Pouca chuva e dias quase iguais aos da primavera, havendo pouco nevoeiro e alguma chuva. As doenças que surgiram foram esporádicas. Os sintomas das mesmas eram sintomas não esperados, e portanto, o médico não conseguiu alcançar o conhecimento, e, por isso, a natureza seguia o seu caminho. Refere a história de algumas doenças observadas, nos anos de 1786 e 1787, em que não se podia temer que à morte, alguns escapassem. [Im. 3015_0055 e 3015_0056]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74527><http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74528>Finaliza dizendo que, a existência de doenças, por mais tempo, tinham o mesmo carácter, que tem relatado, isto é, com carácter fastidioso. [Im. 3015_0060 e 3015_0061]Disponível em:<http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74532><http://www.m-almada.pt/arquivohistorico/viewer?id=4946&FileID=74533>Médico: Gaspar Lopes Henriques de Chaves.

Cota descritiva

3015.

Idioma e escrita

Português.