A partir de 26 de setembro a Casa da Cerca apresenta um conjunto de 4 exposições nos seus vários espaços expositivos, que ficarão patentes até 14 de fevereiro de 2021.
Destacamos a exposição de Pedro Barateiro, “O meu corpo, este papel, este fogo”, patente na Galeria Principal.
A obra de Pedro Barateiro (Almada, 1979) é uma investigação continuada sobre modos de produção e de significação da linguagem, da imagem e do corpo. A exposição tem como ponto de parte do filme "My body, this paper, this fire”, e apresenta também desenhos, esculturas, e texto num percurso que pensa o corpo enquanto um repositório político. A exposição tem cocuradoria de Elfi Turpin e Filipa Oliveira e é coorganizada pela Casa da Cerca e pelo Crac Alsace (França).
Na Galeria do Pátio, apresentamos “Somos todos patos a querer ser cavalos”, de Adriana Proganó (Luzerna, Suíça, 1992). A artista tem vindo a desenvolver um corpo de trabalho que se situa maioritariamente no campo da pintura figurativa. Nesta exposição a Casa da Cerca quis mostrar o seu trabalho de desenho, marcado por gestos simples, rápidos, onde a linguagem ganha especial destaque. Intuições, pensamentos aleatórios e sonhos juntam-se a uma figuração onde predomina o humor e a sátira. Proganó constrói um universo pleno de referências, críticas que se prendem com questões de género, feminismo, mas também de interrogações sobre como ser artista hoje.
Tania Bruguera (Havana, 1968) descreve toda a sua obra como uma experiência social. “Narciso”, que apresentamos na Capela, evoca a crise global da migração e dos refugiados, bem como a falta de empatia do público (europeu, mas não só) para com esta situação. Se muita da arte contemporânea desafia o público a refletir sobre o mundo, nesta escultura o reflexo literal de cada visitante no poço é trocado pela imagem de um migrante. Olham-se nos olhos uns dos outros, numa obra sobre intimidade, proximidade e alteridade.
Na Sala de Leitura do Centro de Documentação e Investigação Mestre Rogério Ribeiro podemos ficar a conhecer a “Duvida Press”. Apresentada por Ricardo Nicolau, "Dúvida Press" é um projeto artístico anónimo que se apresenta como uma editora que inventa, e desenha, capas para livros que nunca foram escritos. A conjugação das imagens das capas, dos títulos e dos autores instigam à reflexão e meditação sobre o estado do mundo e da arte