Os matos são formações vegetais dominadas por espécies arbustivas ou sub-arbustivas, que não possuem elementos arbóreos. Têm porte mais baixo que os matagais, não atingindo geralmente mais de 1,5 m de altura. Consoante as espécies predominantes, identificam-se em Almada vários tipos de matos:
Matos de carvalhiça
Os matos de carvalhiça desenvolvem-se na orla de medronhais ou carrascais, constituindo uma etapa de regressão destas comunidades. São endémicos da região entre o Tejo e a Lagoa de Melides, incluindo a Serra da Arrábida e o Cabo Espichel. Pouco exigentes em temperatura, requerem alguma humidade, aparecendo frequentemente em terrenos mais ou menos arenosos. São matos densos e baixos, dominados por carvalhiça (Quercus lusitanica), mas incluindo outras espécies como a murta (Myrtus communis), espargo-bravo (Asparagus aphyllus), trovisco-fêmea (Daphne gnidium), aderno-de-folhas-estreitas (Phillyrea angustifolia), sobreiro (Quercus suber), urze-roxa (Calluna vulgaris), urze-das-vassouras (Erica scoparia), queiró (Erica umbellata), estevinha (Cistus salviifolius), rosmaninho (Lavandula luisieri), cila-de-uma-folha (Scilla monophyllus), pegamaço (Rubia peregrina), entre outras. Estes matos estão incluídos no Habitat 5330 - Matos termomediterrânicos pré-deserticos da Directiva Habitats nº 92/43/CEE, correspondendo ao Habitat 5330pt4 – Matagais de Quercus lusitanica. Em Almada, ocupam cerca de 10 ha, apresentando distribuição muito restrita.
Tojais-urzais
Os tojais-urzais são matos dominados por tojo e urzes, que apenas existem em solos derivados de arenitos na região da península de Setúbal, até à Lagoa de Melides, excluindo a Serra da Arrábida e o Cabo Espichel. São dominados por tojo (Ulex australis subsp. welwitschianus), sendo ainda abundantes espécies como urze-roxa (Calluna vulgaris), tojo-molar (Genista triacanthos), queiró (Erica umbellata), urze-vermelha (Erica australis), urze-das-vassouras (Erica scoparia), estevinha (Cistus salviifolius), esteva (Cistus ladanifer), rosêlha-pequena (Cistus crispus), sargaça (Halimium halimifolium), rosmaninho (Lavandula luisieri), tomilho (Thymus capitellatus), entre outros. Correspondem ao Habitat 2150 pt1* - Dunas fixas com tojais-urzais e tojais-estevais psamófilos com Ulex australis subsp. welwitschianus da Directiva Habitats nº 92/43/CEE, que tem conservação prioritária.
Tojais de tojo-chamusco
Os tojais de tojo-chamusco são matos espinhosos de areias dunares, exclusivos da região entre o Tejo e a Lagoa de Melides, com excepção da Serra da Arrábida e do Cabo Espichel. Típicos de charnecas, são matos ricos em plantas endémicas, onde, para além do tojo-chamusco (Stauracanthus genistoides), são muito abundantes espécies como tomilho (Thymus capitellatus), sargacinha (Halimium calycinum), rosmaninho (Lavandula luisieri), tojo (Ulex australis subsp. welwitschianus), perpétua-das-areias (Helichrysum picardi), entre outros. Esta comunidade corresponde ao Habitat 2260 - Dunas com vegetação esclerófila da Cisto-LavanduletaliaDirectiva Habitats nº 92/43/CEE.