Sociedade Comercial Teotónio Pereira, Limitada.

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Sociedade Comercial Teotónio Pereira, Limitada.

Detalhes do registo

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/AHALM/SCTP

Tipo de título

Formal

Título

Sociedade Comercial Teotónio Pereira, Limitada.

Datas de produção

1848-05-01  a  2000 

Dimensão e suporte

726 u.i. (269 pastas, 136 livros, 133 envelopes, 106 maços, 32 cadernos, 32 caixas, 11 capas, 3 capilhas, 3 rolos e 1 álbum de fotografias); papel e película de acetato.

Extensões

3 Capilhas
136 Livros
106 Maços
269 Pastas
11 Capas
32 Caixas
3 Rolos
32 Outros
133 Envelopes
1 Álbum

Entidade detentora

Arquivo Histórico de Almada.

Produtor

Sociedade Comercial Teotónio Pereira, Limitada; Sociedade João Teotónio Pereira Júnior, Limitada; Sociedade Teotónio Pereira e Filhos; Sociedade Viúva Teotónio Pereira e Filhos

História administrativa/biográfica/familiar

As origens da empresa remontam ao ano de 1797, quando Teotónio Pereira, natural de Vila Nova de Poiares, se estabeleceu, em Lisboa, para iniciar um negócio de comércio, por grosso e a retalho, de vinho, aguardente, azeite, vinagre, cereais e leguminosas. Após o falecimento de Teotónio Pereira, em 3 de março de 1850, a atividade comercial prosseguiu, sob a direção da viúva Doroteia Maria do Carmo Pereira e os seus filhos Teotónio Pereira (II), Bento José Pereira, Bernardo Teotónio Pereira, João Alegro Pereira, Francisco Luís Pereira e Maria da Trindade Pereira Pinheiro, que para o efeito, constituíram, em 13 de maio de 1850, a sociedade comercial Viúva Teotónio Pereira e Filhos.A área de negócio continuou a ser a compra e venda de líquidos, tendo-se acrescentado no contrato social, receber comissões e a administração dos bens de raiz pertencentes à sociedade. A sede e escritório situavam-se, na Rua da Fresca, em São Bento, Lisboa. A atividade desenvolveu-se e a empresa familiar arrendou e adquiriu vários armazéns, situados no Cais do Ginjal, em Cacilhas, no concelho de Almada, para aí instalar depósitos dos vinhos, aguardentes, azeites e vinagres, aproveitando a localização geográfica, fluvial e marítima privilegiada, para a receção, transporte, distribuição e exportação dos produtos. Os vinhos eram comprados no centro do país e transportados, para os armazéns, em Lisboa e Ginjal, por via fluvial, a partir do Carregado, através de fragatas. A partir daqui, os vinhos eram tratados e carregados em barris para distribuição.A empresa era constituída por um escritório e uma fábrica, em Lisboa, armazéns e oficina de tanoaria, no Ginjal, em Almada e vários outros armazéns alugados, em Alenquer, Vila Nova de Tazem, Cadaval e Lourinhã.Em 20 de maio de 1853, verificou-se o falecimento da sócia Maria da Trindade Pereira Pinheiro, a sociedade entrou em balanço e a atividade prosseguiu com os restantes sócios.Em 1854, por morte da sócia viúva D. Doroteia Maria do Carmo Pereira, verificou-se alteração da composição social da firma, cuja atividade, continuou com os sócios Teotónio Pereira (II), Bento José Pereira, Bernardo Teotónio Pereira e João Alegro Pereira, mantendo-se a designação comercial Viúva Teotónio Pereira e Filhos.Nova alteração, em 1878, na sequência da saída da sociedade dos sócios Bento José Pereira e Bernardo Pereira, pouco depois, a sociedade Viúva Teotónio Pereira e Filhos foi dissolvida.Iniciou-se uma nova fase na firma familiar, em que Teotónio Pereira (II) decidiu prosseguir a atividade comercial, iniciada pelo seu pai Teotónio Pereira, agora em sociedade com os seus filhos José Teotónio Pereira, João Teotónio Pereira, Teotónio Pereira Júnior, Filipe Teotónio Pereira e Francisco Teotónio Pereira. Constituiu-se, a sociedade Teotónio Pereira e Filhos que manteve o objeto social de comércio de líquidos e administração de bens. Com sede e escritório, no Largo de São Paulo, fábrica na Rua de São Bento, em Lisboa e os armazéns, no Ginjal, Cacilhas.Com o falecimento de Teotónio Pereira (II), em 10 de outubro de 1881, efetuou-se uma nova escritura de sociedade que manteve a designação comercial Teotónio Pereira e Filhos, constituída pelos sócios José Teotónio Pereira, João Teotónio Pereira, Teotónio Pereira Júnior, Filipe Teotónio Pereira e Francisco Teotónio Pereira. O objeto social é limitado à compra e venda de líquidos, a sua exportação, comissões e todo o mais negócio lícito.Em 1906, a sociedade Teotónio Pereira e Filhos foi dissolvida e o negócio da família foi prosseguido por João Teotónio Pereira Júnior (filho de João Teotónio Pereira), que, em 1907, tomou de renda à sua avó, os armazéns do Ginjal e, em 1921, formalizou a sociedade João Teotónio Pereira Júnior, Lda., em parceria com os seus filhos Alberto e Luís Teotónio Pereira (sócios gerentes), Pedro, Clara e Virgínia Teotónio Pereira. A sociedade continuou o comércio e exportação de vinhos e seus derivados. O escritório manteve-se na Rua de São Paulo, em Lisboa.Nesta fase, a base da atividade comercial foi a exportação para vários mercados internacionais. Criaram-se e registaram-se marcas próprias, como, o vinagre “Theotónio”, os azeites “Moinho” e “Pátria”, os vinhos “Quinta do Pombal”, “Marrabenta”, “Impala”, “Rodizio”, “N’djoko”, “Quinta dos Mouros”, “Estremadura”, entre outras. Em 1935, a firma assinou com a empresa Vermouth Martini & Rossi, S. A. (Barcelona) o contrato de exploração, para Portugal e suas colónias, da marca Vermouth Martini.Em 1948, com a morte de João Teotónio Pereira Júnior, a atividade foi prosseguida pelos seus filhos. No entanto, em 1953, o objeto e atividade social da firma João Teotónio Pereira Júnior Limitada foi alterado e ficou unicamente e exclusivamente limitada à gestão das propriedades imobiliárias e exploração agrícola (armazéns e outras propriedades, no Ginjal e em Colares).Para continuar a gestão do negócio do comércio de vinhos e seus derivados foi criada, em 6 de janeiro de 1953, outra firma, com a designação de Sociedade Comercial Teotónio Pereira, Lda., com sede, no Ginjal e escritório, na Rua de S. Paulo, em Lisboa. O seu objeto social era o de exportação de vinhos, aguardentes e azeites, bem como, qualquer outro ramo de comércio ou indústrias livres. Constituída pelos sócios Alberto e Pedro Teotónio Pereira, Clara e Virgínia Herman Pereira. A sociedade arrendou os armazéns do Ginjal, propriedade da firma João Teotónio Pereira Júnior, Lda., e ficou proprietária das marcas de vinhos já registadas e pertencentes à João Teotónio Pereira Júnior, Lda.No ano de 1957, registou-se alteração na composição acionista da Sociedade Comercial Teotónio Pereira, Lda., pois, João Paulo Teotónio Pereira, filho ainda menor, de Alberto Teotónio. Pereira, à sua morte, assumiu a sua quota na empresa. Igualmente, os filhos de Pedro Teotónio Pereira, Pedro e Madalena, ficaram também com a sua quota. Foram também nomeados gerentes da Sociedade, Domingos António Morais e Fernando Luís Pereira Machado.A empresa criou e participou na firma associada Sovinhos: Sociedade de Vinhos Teotónio Pereira, Limitada, estabelecida, no Lobito, em Angola. Nos anos 60, realizou um acordo de colaboração com a firma Manuel Moreira Rato & Companhia, pertença de familiares e integrou os serviços e clientes da mesma.A partir de 1972, a atividade comercial da firma diminuiu significativamente e os armazéns do Ginjal são desmantelados e deixados devolutos.Em 1988, todas as quotas da Sociedade Comercial Teotónio Pereira, Lda. foram adquiridas por João Paulo Teotónio Pereira, Alberto e João Bettencourt Teotónio Pereira (filhos de Luís Teotónio Pereira) que introduziram no mercado um conjunto de vinhos selecionados em diversas regiões e engarrafados, na origem, exclusivamente para a empresa. A sociedade terá sido dissolvida definitivamente nos finais dos anos 90 ou inícios de 2000.

Estatuto legal

Organismo privado. Sociedade comercial por quotas, com responsabilidade limitada.

Mandatos/fontes de autoridade

Escritura de constituição da Sociedade Comercial Teotónio Pereira, Limitada, 1953, in AHA, Sociedade Comercial Teotónio Pereira, doss. n.º 62. Escritura de constituição da Sociedade João Teotónio Pereira Júnior Limitada, 1921, in AHA, Sociedade Comercial Teotónio Pereira, cx. ?.

História custodial e arquivística

Após a dissolução e encerramento, a documentação produzida pela Sociedade Comercial Teotónio Pereira Limitada, bem como, pelas outras sociedades que a precederam desde 1797, permaneceu sob custódia da família Teotónio Pereira, acondicionada em diferentes espaços em condições precárias.Em 2013, a família através do Arquiteto Nuno Teotónio Pereira, formalizou a vontade em depositar o fundo documental que se encontrava na posse da família, no Arquivo Histórico do Município de Almada. A transferência da documentação ocorreu em dezembro de 2013. Durante o ano de 2014, realizou-se um processo de avaliação e seleção arquivística da documentação entregue, que se apresentava acumulada, desorganizada e sem instrumentos de descrição ou controlo, com a finalidade de identificar e selecionar a parcela documental, com relevante valor histórico e cultural, a incorporar em depósito. A restante documentação avaliada sem interesse foi devolvida à família.O processo de depósito foi concluído, em janeiro de 2015, mediante a assinatura de auto de entrega definitivo de documentos, com o representante da família o Dr. Gonçalo Teotónio Pereira de Sampaio e Mello. O fundo arquivístico em depósito apresenta algumas lacunas documentais, das quais se destacam, a não integração dos livros de atas da Direção e Assembleia Geral das Sociedades, bem como, de diversas escrituras de constituição, alteração, dissolução, arrendamentos, compra e venda de propriedades.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Documentação depositada pelo Arquiteto Nuno Teotónio Pereira, em representação da família, mediante protocolo de cedência em regime de depósito por 25 anos e doação sucessiva assinado com o município, em 16 de julho de 2013. O depósito foi aprovado pela vereação da Câmara Municipal, em reunião de 3 de Julho de 2013.

Âmbito e conteúdo

A documentação que integra este fundo é a resultante das funções e atividades desenvolvidas no comércio de vinho, aguardente, azeite e outros líquidos pelas sucessivas sociedades empresariais pertença e geridas por diferentes gerações da família Teotónio Pereira até ao encerramento da última sociedade comercial Teotónio Pereira. Contém documentação produzida pela primeira firma Teotónio Pereira (de 1848 a 1850), da Sociedade Viúva Teotónio Pereira e Filhos (de 1850 a 1879), da Sociedade Teotónio Pereira e Filhos (de 1881 a 1906), da Sociedade João Teotónio Pereira Júnior (I) (de 1921 a 1953) e da última Sociedade Comercial Teotónio Pereira (de 1953 a 1987).Contém predominantemente correspondência expedida e recebida, livros de contabilidade ou escrituração comercial, registos de compras e vendas, fotografias, documentos gráficos com material promocional e divulgação de marcas e produtos, como rótulos e selos. Integra o subfundo da Sociedade João Teotónio Pereira Júnior (II), que, a partir de 1953, alterou o seu objeto social e passou a exercer exclusivamente atividade na gestão do património e atividades imobiliárias.

Ingressos adicionais

Não estão previstas incorporações adicionais de documentos.

Sistema de organização

O critério de classificação adotado para organizar as series documentais que se delimitaram neste fundo foi funcional. As secções e subsecções do quadro de classificação refletem as funções-meio e as funções -fim desenvolvidas pela Sociedade Comercial Teotónio Pereira e pelas sociedades que a antecederam. As secções e subsecções são as seguintes: Constituição e organização; Administração, planeamento e controlo; Gestão de expediente; Gestão financeira com as sub secções Contabilidade, Tesouraria, Contribuições e Impostos; Gestão do património, instalações e atividades imobiliárias; Assessoria e contencioso jurídico; Gestão de recursos humanos; Informação e documentação; Gestão de compras e vendas; Gestão dos armazéns; Gestão dos serviços técnicos; Distribuição e transporte; Comunicação e imagem comercial.Respeitando a ordem original, as series documentais foram constituídas por tipologia e atividade. O critério de ordenação dos documentos dentro das series foi predominantemente cronológico.

Condições de acesso

Acessível. Exceto a documentação condicionada pelo mau estado de conservação ou sujeita às restrições estabelecidas pelo Regime Geral dos Arquivos e Património Arquivístico (n.º 1 e 2, art.º 17 do Decreto-Lei 16/93, de 23 de Janeiro), a Lei de Acesso aos Documentos Administrativos (art.º 6, Lei n.º 46/2007, de 24 de agosto) e as relativas à proteção de dados pessoais ou nominativos.

Condições de reprodução

A reprodução de documentos está condicionada pelo tipo dos documentos, o seu estado de conservação ou o fim a que se destina a reprodução. Está sujeita à legislação que regula os direitos de propriedade, os direitos de autor e direitos conexos, e outras disposições legais e regulamentares nomeadamente:- Lei Geral de Arquivos e Património Arquivístico;- Lei de Acesso aos Documentos Administrativos;- Tabela de taxas e licenças da Câmara Municipal de Almada.Os documentos só podem ser reproduzidos mediante pedido de autorização escrito ao serviço justificando a sua necessidade e finalidade e está sujeita ao pagamento de taxas, de acordo com a tabela de taxas e licenças para o ano em vigor.Os documentos não poderão ser fotocopiados ou digitalizados, mas transcritos ou fotografados, mediante pedido de autorização.

Instrumentos de pesquisa

ALMADA. Arquivo Histórico Municipal - Inventário preliminar do espólio Teotónio Pereira. [2015]. 38 f. Acessível no Arquivo Histórico Municipal, Almada, Portugal.ALMADA. Arquivo Histórico Municipal - Guia de remessa do espólio Teotónio Pereira. 2015. 25 f. Acessível no Arquivo Histórico Municipal, Almada, Portugal.ALMADA. Arquivo Histórico Municipal - Registo de entrada do espólio Teotónio Pereira. [2015]. Acessível no Arquivo Histórico Municipal, Almada, Portugal.TEOTÓNIO PEREIRA, Família - Lista do espólio documental da atividade comercial da Firma Theotónio Pereira no Ginjal. [s.d.]. Acessível no Arquivo Histórico Municipal, Almada, Portugal.ALMADA. Arquivo Histórico Municipal - Base de dados de descrição arquivística. [Em linha]. Disponível no sitio WEB e Portal Português de Arquivos. Em atualização permanente.

Unidades de descrição relacionadas

Relação complementar: ALMADA. Divisão de Museus e História Local, Museu da Cidade, acervo museográfico - integra objetos referentes à atividade da Sociedade Comercial Teotónio Pereira.

Notas de publicação

Referência bibliográficaALMADA. Arquivo Histórico Municipal - Cronologia: Familia Theotónio Pereira. 2015. 9 f. Acessível no Arquivo Histórico Municipal, Almada, Portugal. Em atualização permanente.
Referência bibliográficaCARVALHO, Ermelinda - Trabalho: armazéns de vinho: entrevista. [s.d.]. 4 p. Transcrição. Acessivel no Arquivo de fontes orais do Museu da Cidade, Almada, Portugal.
Referência bibliográficaGONÇALVES, Elisabete - Memórias do Ginjal. Almada: Centro de Arqueologia, 2000.
Referência bibliográficaFLORES, Alexandre - Almada antiga e moderna:roteiro iconográfico, vol. II, Freguesia de Cacilhas. Almada: Câmara Municipal, 1987.
Referência bibliográficaGONÇALVES, Elisabete - Memórias do Ginjal. Almada: Centro de Arqueologia, 2000.
Referência bibliográficaLÚZIA, Maria Ângela Correia - A memória, a cidade e o rio: proposta de musealização dos núcleos de Almada e do Cais do Ginjal com base num estudo de memória social. Lisboa: [s.n.], 1996. Tese de mestrado em Museologia e Património apresentada à Faculdade de Ciências Socias e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.