Associação de Classe de Operários Corticeiros de Almada.
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/AHALM/AOCALM
Tipo de título
Formal
Título
Associação de Classe de Operários Corticeiros de Almada.
Datas de produção
1892-01-31
a
1930
Dimensão e suporte
21 u.i. (14 livros, 5 maços, 1 pasta e 1 capilha); papel.
Extensões
14 Livros
5 Maços
1 Pasta
1 Capilha
Entidade detentora
Arquivo Histórico de Almada.
Produtor
Associação de Classe dos Operários Corticeiros de Almada.
História administrativa/biográfica/familiar
As origens desta organização remontam a 1891, ano em que alguns operários se reuniram em Cacilhas, com o intuito de discutirem a ideia de constituição de uma associação de classe dos corticeiros, no concelho de Almada. Participaram nesse encontro os seguintes operários: Manuel Augusto de Oliveira, Luís Madrugo, Mateus Ferreira,Manuel Fevereiro, Nicolau das Neves e José Agostinho.A instituição de uma associação de classe dos corticeiros, em Almada, visava combater a exploração do trabalho, nomeadamente a abolição dos serões e laboração aos domingos, a reivindicação do aumento salarial e a contestação ao governo, na questão corticeira relativa à exportação da cortiça, em bruto.Em 1891 foi constituída a secção da Mutela, na Cova da Piedade, da Associação de Classe dos Operários da Indústria Corticeira, com sede, em Lisboa, instalada, no Poço do Bispo. Neste mesmo ano, a 9 de outubro, a secção da Mutela, dependente da Associação de Lisboa, inicia o seu processo de autonomia, reivindicando a constituição dos seus estatutos.A primeira sede da secção da Mutela ficava na Rua Direita da Mutela, Cova da Piedade. Em 1892 a sede foi transferida para outras instalações, com melhores condições, na Rua de Oliveira, n.º 11, em Cacilhas. Esta mudança da sede, para Cacilhas, motivou que a sua designação passasse também a ser conhecida por Associação de Corticeiros de Cacilhas. Em 1906 passou para a Travessa do Açougue, na vila de Almada, e, em 1908 voltou para a Rua Direita da Mutela, na Cova da Piedade.A aprovação oficial dos estatutos da Associação foi alcançada pelo Alvará, de 24 de agosto de 1898, publicado, no Diário do Governo, n.º 239, de 22 de outubro de 1900.A organização interna da associação estava regulada no Decreto, de 9 de maio de 1891. Os seus corpos gerentes, eleitos anualmente, eram constituídos pela Direção (um presidente, um secretário, um tesoureiro e dois vogais), pela Assembleia Geral (os sócios e dirigida por uma mesa composta por um presidente e dois secretários) e pelo Conselho Fiscal (um presidente, um secretário e um relator).Os principais fins da associação consistiam em estudar e defender os interesses económicos comuns aos associados; criar escolas e bibliotecas, para os associados; obter recursos especiais de entidades públicas e privadas, para a realização dos fins da associação.Associação com forte componente social, política e cultural, apoiou financeiramente os seus associados, em tempo de greves e publicou o jornal Corticeiro (1899-1900), primeiro órgão de informação dos operários corticeiros em Portugal. Foi extinta em finais de 1933, na sequência do Decreto-Lei n.º 23050, de 23 de setembro de 1933, diploma que criou novos sindicatos nacionais.
História custodial e arquivística
Com a extinção da associação, na sequência do Decreto-Lei n.º 23050, de 23 de setembro de 1933, os seus bens e provavelmente a documentação do seu arquivo, ficaram à guarda da Administração do Concelho, presume-se que aí permaneceram até à extinção do cargo de Administrador do Concelho (c. 1940), altura em que possivelmente foi transferido, para o arquivo municipal.
Sistema de organização
Classificação orgânico-funcional. Ordenação cronológica, dentro das séries.
Instrumentos de pesquisa
Inventário; guia.